sábado, 19 de dezembro de 2009

Saideira

De boa, fim de ano chegando, ficar na recuperação ninguém merece, mas talvez se eu não tivesse passado por isso, não teria vivido as coisas boas que vivo hoje. Levanto da cama em pleno sábado pra fazer uma puta prova que decide meus objetivos futuros, a prova foi horrível, digo na elaboração, mas acho que me dei bem. O mais chato de tudo foi sair da prova e ouvir minhas amigas falando horrores sobre ela... mas até então eu tava bem, recebi uma ligação do meu namorado, falando que tava com saudades e a recíproca sempre foi muito forte,  fiquei feliz, sempre fico! Tive que ter o desprazer de desligar porque minhas amigas estavam enchendo o saco querendo e tomar café na padaria, sempre fazemos isso em dias normais de prova. Vamos, compramos comida, bebida e ficamos lá até a hora que acharmos conveniente, ou até uma dizer que vai embora, e as outras sempre seguem. Ficar sozinha ali não dá neh! Estudo em um bairro um pouco perigoso, várias são as vítimas por lá das pessoas sem renda, índole ou qualquer outro tipo de coisa que seja sinônimo, ou seja, assaltantes, mas não estou generalizando, pessoas sem caráter nunca são boas, isso sempre foi fato! Cheguei lá por volta das 9:00 horas da manhã, não tinha tido uma noite muito boa, dormir sozinha pra mim tbm não é legal, sempre durmo mal, acho que você não vai entender, se eu tentasse explicar me chamaria de louca, então melhor deixar em off. Sempre fico meio abobalhada, idiota ou qualquer derivado dessas palavras, sempre fico rindo à toa de qualquer coisa, mas segundo Jabor: a idiotice é vital pra felicidade. Fui motivo para zoação, sempre sou quando estou desse jeito, com sono! O pior, não faço nada, só contribuo para tal coisa, acabo sempre rindo de mim mesma, meu deus, vocês que não me peguem num dia assim. Acho que eu sou a única pessoa que tenho uma cédula de R$ 1.50 reais, engraçado não é?? Mas isso saiu da minha boca! Sono me causa isso. Rimos, bebemos, falamos, sopramos palavras ao vento, se me permite Cássia Eller, até o momento que resolvemos fazer amigo secreto, inteligente a pessoa que criou essa coisa, é uma boa forma de alimentar o capitalismo nessas grandes festas... O dia tava tão maravilhoso sabe, tirando o calor, tava tudo maravilhoso repito, o dia tava lindo, ensolarado, saudável, até que meu amigo resolve colocar crédito no celular, e passar um ano pra fazer isso no caixa da padaria, não lembro de que assunto estávamos tratando, se foi da bolsa de valores ou se estávamos lendo jornal, mas enfim... Tudo parou sabe, comecei a observar as pessoas, a forma com a qual a mulher atendia, a forma como ria meus amigos, a forma como comiam, a briga pelos biscoitos...

-Calma gente, tem sobrando ai!

De repente entra um cara lá e abraça meu amigo e colocar uma arma na barriga dele, foi quando chamamos “Tinho” e ele olhou com cara de nervoso, pedindo calma, minha amiga viu arma e tentou avisar as outras mesas que era um assalto pra todo mundo correr, ela levanta e sai da padaria, eu por ser observadora, levanto tbm e vou até a varanda e pergunto:

-O que foi?
-Assalto corre!- Me disse ela, a salvadora da pátria!- Avisei pro pessoal, corremos todos de volta por colégio, tivemos algumas divergências do tipo alguém correr pra dentro da padaria, depois correr pra fora, a cara de pau de levantar gritando e o cara olhar pra você e quase ser atropelado ao atravessar as duas  pistas. Adrenalina pura não acham?? Corremos todos, mas e tinho?? Ficou lá, isso causou preocupação, não fiquei tranqüila até saber que ele estava bem. Só Deus sabe o que deve ter sentido naquele momento,de fato, traumático, acredito que ele já tenha passado por aquilo milhares de vezes, bem, mas ele tá ótimo, tá até dando risada do acontecimento.Ao chegar no colégio tivemos assistência dos funcionários, preocupação, nos sentimos importantes. Mas não teve nada melhor que sentar no banco do colégio, rir alto com o que passamos e escutar a versão da história que cada um tem pra contar, acho que não tomamos a dimensão do perigo, isso não é normal, mas é a realidade e fazer o que se estamos propícios a isso todos os dias. É triste se deparar com este tipo de coisa no vai e vem da vida, mas também não devemos tomar isso como uma sindrome nossa, ficar com medo e se trancar, ficaríamos doentes mesmo, temos que viver, a gente não imagina como vai ser daqui a pouco, a sindrome é do país, acredite, é uma doença que nós alimentamos, ninguém toma uma providencia sensata e que realmente venha a surtir algum efeito, enquanto isso ficamos a espera, o melhor é sentar, poque o chá de cadeira vai ser muito inetenso. Ou aceitamos e vivemos com isso contantemente, ou vamos a luta, acho que para alguns mais cômodo é esperar, pra mim isso já não conta. O melhor é rir e saber que todo mundo tava bem, inteiro e feliz!  Mesmo sofrendo riscos. Nada mudou, tirar proveito de situações ruins também é válido...Foi uma ótima saideira, começamos o fim de semana com o pé direito, literalmente!
Cômico, se não trágico!


Jamily Ordônio

domingo, 8 de novembro de 2009

Respostas?


     Dois estados e uma distancia bastante considerável, dois mundos, distintos, porém muito parecidos, duas pessoas e vários medos, vários caminhos, estradas para se optar, escolhas difíceis, seria a magia, o encanto, o amor, a vontade, os sonhos que nos une ou a saudade, existe por que de forma carnal, melhor dizendo, a presença não se faz tão presente como a definição da palavra, como seu real sentido... O que realmente nos separa? o que nos mantém de fato distantes? A distância e apenas ela? Ela seria a única guilhotinada, a única culpada dessa angústia, desse desespero de se manter colado, dessa imensa vontade de viver esse devaneio muito bem fundado? Não sei se as respostas pra essas perguntas existem, na verdade, não sei nem se eu quero ouvi-las, talvez elas machuquem mais que essa distância, eu sei que nada é apenas volúpia que vem e passa, é bem mais que isso, mas ela vem devagar, vai ficando, se alojando sem ser notada, é, de repente nos vemos tão dependentes, tão necessitados um do outro, a distancia é a mesma,não mudou, mas a vontade aumenta, a saudade aumenta, o amor aumenta e a dor, em momento algum diminui, pelo contrário, queríamos nós que amenizasse, será que ainda somos protagonistas dessa história que muitos chamam de louca? Ninguém sabe o que se passa... Será que essa vida que a nós foi dada para viver, é justa? Espera ai! Mas quem sou eu pra falar de justiça! Não sei do que eu to reclamando, não me leve a mal, não to reclamando, é apenas um desabafo que precisa ser exposto, que precisa ser sentido, entendido, muito bem codificado, não estou brincando com palavras, não estou aqui tentando ser, eu sou, eu sinto, tudo isso é intenso, mas aí a felicidade vem e derruba tudo, tudo vai se iluminando, a partir do momento que eu coloquei minha mão na sua, tudo ficou sólido, tudo floresceu, tudo criou asas e voou, tudo criou beleza, vida, forma, cores, luz, a partir do momento que você adentrou seus olhos intensamente vivos nos meus, eu me senti penetrada tão delicadamente, e eu gosto,eu quero, o toque das suas mãos, os seus braços me chamando de sua, seu abraço acolhendo meu corpo, com cuidado, com cautela, com amor. Desde então, eu não sei mais o que é medo, o que é estar desmotivada, o que é distância, eu quero você, eu preciso, eu não quero tentar viver sem você, eu quero viver com você, pois é, eu me perdi, és a minha única referência.

Jamily Ordônio

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Apenas um devaneio...

Ás vezes o tempo parece parar, os olhos se fecham, a boca deseja, os pensamentos vão tão longe, os pensamentos vão até você, sinto minha mão sendo tocada pelos seus lábios e os mesmos tocam delicadamente os meus, sinto meus braços encaixar nos seus, numa sintonia perfeita, sinto seu cheiro, mesmo não sabendo que cheiro você tem, mas você tem o cheiro que eu quero, o aroma mais sublimes, mas singelo, o arrepio é lento e brusco, as perguntas vem, as repostas quase nunca voltam, é como falar sozinha e ao mesmo tempo falar com você, ouvir essa voz rouca, grossa e tão suave, seus olhos piscam, brilham tão reluzentes que chegam a gritar a emoção não contida, é como ter seu coração em minhas mãos, dentro de mim, meu sorriso é reflexo do seu, somado a uma excessiva insensatez, sensata. Estranho não é? Não se questione, mas eu, realmente sinto tudo isso... Aí é quando a sua falta incomoda, os olhos se abrem e eu noto, a realidade me mostra, que eu estou no mesmo lugar, na mesma posição, as coisas continuam do mesmo jeito, eu continuo com o mesmo sorriso que você me causa, as lágrimas me invadem e é sempre assim, tão longe de você, tão perto de você... Fazer o que? Eu respiro você, eu respiro amor!

Jamily Ordônio

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Perdida



E naquela manhã de poucos sonhos, olhei pro céu, lá estava a estrela que me iluminava o dia, mas por que tão ofuscado? Seria meu levantar de poucos sorrisos, de semblante alegre docemente quebrado por uma noite mal dormida? Não sei! Mas isso só contribuiu para meus sonhos permanecerem no papel e apenas nele. O céu me guarda surpresas, apenas uma pequena fresta, mas ele sim tem o dom de me roubar suspiros com suas mudanças repentinas de estado, as vezes me pego conversando com ele, um monólogo sabe? Gosto que ele me escute calado, ou até mesmo, quando me responde gracejando nuvens e ventos, confesso que quase nunca entendo, mas pra quê entender? O melhor da vida é ser chamada de louca por ser sensível demais, o que fazer? Se detalhes mexem tanto comigo, com esse ser tão inquieto e calmamente ansioso, mas como assim? Calma e ansiosa? Na verdade me pergunto muito isso, me sinto um paradoxo o tempo inteiro e não sei se isso é bom! As vezes estou sentada num banco qualquer e fico imaginando quantos já sentaram nele? Qual seria a sua história? Então olho pros lados e me vejo rodeada de bancos, bancos, bancos e mais bancos, mas apenas isso, quantos deles já choraram, quantos deles já tiveram morrido e virado matéria altamente artificial desejada por ridículos com a função apenas de ser cômodo? E qual teria sido o rebelde sem causa que o fizera passar pela dor de um desgaste? O tempo imagino! Me pego revoltada, já cheguei a chorar, fazendo comparações medíocres com seres individualistas desse mundo, fico pensando, será que o mesmo acontece com as pessoas? Mesmo a maioria delas sendo tão insensíveis a ponto de fazer um julgamento sem precedentes, porque são tolas demais para imaginar a dor que tudo isso pode causar, tenho dor a cada minuto. Bom, não sei por que ainda me pergunto tanto, deve ser por que eu trouxe a linha pra costurar esperança na minha alma, eu a respiro e borda-la já virou rotina, já estou ate cogitando uma possível vida própria nisso tudo. É incrível como rodar e voltar ao início como num jogo de tabuleiro, não cansa, é mais ou menos gostar de estar perdido num lugar que se conhece como a palma da mão e fingir histórias, devanear sem justificativas e conduta, é fazer questão de ser cinicamente um idiota perante a Deus, de perder princípios e achar que estar sobre a carniça, guardada para mais tarde ser servida a um ser que secantemente, cumpre apenas o seu papel no ciclo da vida, quando na verdade a podridão é tão sua que você não consegue se enxergar... Pois é, olhar no espelho já não faz mais parte de mim, ver a vida sendo revestida o tempo inteiro verbalizando o que a alma acredita, é simplesmente doloroso, o encanto se perde a plenitude vai ganhando espaço sob medida, mas eu apenas acho que ter o gostinho da vitória pela gentileza é sublime demais para qualquer um.

Jamily Ordônio

terça-feira, 13 de outubro de 2009


Tento inutilmente fugir das coisas que me rodeiam,assim como tento achar o paraíso de onde ouço palavrórios inalteráveis,a chuva me acompanha nas loucuras distintas de percepção. A beleza das gotas que me molham não permitem entender o porquê destas caírem tão bruscamente, meu barco aprendi a dirigir sozinha sem qualquer colaboração do mar, enclausurado a uma revolta que era constante, numa agonia infundada de me achar nas profundezas do meu avesso remoto, me perdi em meio a tantas águas, em meio a tantas dores e numa demanda de superficialidade espiritual. Isso tudo é engendrado no corpo cogitado e totalmente resolvido a se esquecer sutilmente dentro de uma territorialidade, onde ninguém se nota, onde ninguém se mostra. Assim rumo aquele de onde corriam boatos repentino, eu, tentando renascer no mínimo natural da vida, e meus olhos enxergam a esperança de um encontro que antes morava na minha conjectura abalada e formatada a todo tempo, mas que agora estava tão perto quanto o ar que eu respirava,um encontro que vem do íntimo, entranhado a uma vontade de sentir a brisa, de sentir as plantas, de ver o mundo de outro jeito e começar do zero, como um ser que acaba de nascer.
Jamily Ordônio

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Traduzir-se, uma parte na outra parte


Era uma vez...

Assim eu fazia todas as tardes, me acomodava num lugar tranqüilo, a praça, para ler livros, pensar e brincar comigo mesma, mas sempre notava que nos dias que se seguiam, alguém passava o tempo todo a me observar,na verdade eu já estava acostumada com sua presença constante a distância,era até bom.
Eu gostava de subir em árvores para ficar sozinha e ás vezes ficar no balanço comendo tempo até ir pra casa. Não sei, mas aquela moça me despertava sentimentos estranhos, é como se eu já a conhecesse a muito tempo,ela tinha o sorriso mais bonito do mundo, sempre q eu a olhava,ela estava ali, inerte a qualquer brisa do vendo, inerte a qualquer barulho, queria sim saber o que pensara naquele momento,queria sim saber quem era ela. A troca de sorrisos era vulnerável a cada olhar. Eu n vou mentir que um deles me deixou boba, a ponto de cair da árvore. Ela tentou me ajudar, ficou preocupada, eu assustada e com medo, corri, que bobagem neh? Mas acabei esquecendo meus livros e minha agenda, que por incrível que pareça tinha algo escrito sobre ela, falando da sua companhia e o tantão de bem que ela me fazia mesmo distante. Sentir o sentir espetando-me fundo, fazendo assim o sentimento crescer a cada dia, era como a primeira, nunca tinha sentido algo assim, repentino, louco, um devaneio infundado, mas que me fazia feliz...
Eu precisava contar para alguém, não sei o que está acontecendo, não sei o que significa essa confusão de sentimentos aqui dentro... Procurei meus amigos, eles moravam sozinhos e eram sete e únicos, eu n dispensava nenhum, só eles talvez entenderiam o que eu não consigo entender,de formas e pensamentos distintos claro.É gente, eu estou gostando dela sim, foi difícil entender, sentimentos não se entendem não é? Mas o que diria minha mãe? Mas o que diria minha família? Isso é uma coisa q eu só descobriria vivendo, desistindo ou resistindo pra ser feliz, minha opção estava clara, eu iria sim viver isso, um passo de cada vez e aonde chegaríamos? Precisava dessa resposta. Eu não deveria ter esquecido meus livros e muito menos minha agenda, parece até proposital...
Passado dois dias, resolvi voltar a praça como de costume, na esperança de vê-la novamente, confesso ansiedade sentida de forma demasiada,com direito a frio na barriga e tudo mais.Quando coloquei os pés lá,eu a vi,ela parecia estar perdida,pensamentos longe,parecia esperar por mim sabe? Talvez esse sentimento fosse recíproco, não sei, mas eu precisava ouvir sua voz, me aproximar,queria estar com ela, mas precisava saber se ela queria o mesmo. Tomei coragem e sentei ao seu lado, perguntei seu nome e ela abriu um sorriso lindo, como seu nome claro. Heminy, disse ela e a menina do sorriso perfeito contou de ter pego o que eu havia esquecido no dia da árvore, agradeci e pedir desculpas por ter saído correndo feito uma boba, ela sorriu mais uma vez, mas agora, os olhos dela brilhavam, passamos a tarde inteira juntas, foi um dia bastante especial, descobrir q ela gostava de MPB, de sair, de me observar e de me fazer rir. É,tive a certeza da reciprocidade quando ela tocou meu rosto e me olhou bem fundo, não conseguir manter meu olhar por muito tempo, baixei os olhos, timidez era uma coisa me atrapalhava bastante, eu pude sentir a carne aguçar os desejos não contidos, embora agora despertados, eu pude sentir ligeiramente, minha pouca inocência partir, ir embora, sem a menor esperança de volta,então eu disse que precisava ir,já estava ali fazia muito tempo e que minha mãe poderia reclamar,não sabia eu que ela já havia me visto a tarde inteira com Heminy,até ai tudo bem. Voltei para casa, chegando encontro meus padrinhos, a psicóloga sua amiga, e o homem de quem eu suspeitava muito por eles estarem sempre juntos,o clima parecia estar tenso e todos pararam quando eu cheguei,notando que minha presença não era desejada no momento, dei Boa noite e fui pro quarto, isso ficou martelando no meu juízo, porque se calaram? Então, fui para perto da parede tentar ouvir a conversa, o q me deixou muito preocupada, descobrir que minha mãe havia me visto foi ruim, o medo me tomou por inteira e mais,escutar o que as pessoas ditas seus amigos falavam, era pior, eu n estava doente e muito menos possuída,eu só estou apaixonada e isso não me mudou em nada, enfim,vi uma movimentação na sala, estavam indo embora,pediam calma a minha mãe e ela chorava muito, então voltei pro quarto rapidamente e sabia que minha noite seria bastante perturbada, de fato foi, depois que aquelas pessoas maldosas, saíram da minha casa, minha mãe se dirigiu até mim e a confusão foi feita entre nós duas em questão de segundos. Ela me disse coisas horríveis, que nem merecem ser repetidas e lembrar ainda machuca muito, na verdade nunca imaginei que uma filha pudesse ouvir o que eu estudei da minha mãe, a principio eu desmenti tudo, eu tive medo e não era pra tanto, depois do que eu vi e ouvi, pude por um momento achar que aquele não era minha mãe, a pessoa q eu mais amava nessa vida.
Depois que tudo terminou,é claro que meu estado psicológico estava totalmente afetado e louco, aquele quarto não supriu minhas lágrimas e a minha vontade de gritar, sai de casa, sem dizer pra onde ia e sem ao menos deixar rastros, simplesmente fui, fui lembrar do quanto aquela tarde tinha sido maravilhosa e inesquecível, é fui a praça sim, tudo bem aquela hora eu n estaria tão segura, mas me garantir,que naquele momento minha casa não me fazia bem, sentei no balanço, procurei por ela,mesmo sabendo que não estaria lá,ou melhor,estaria sim,procurei por Heminy nos meus pensamentos, em meus sonhos e em meu coração, achei, como sempre seu sorriso me iluminava, tinha medo de perde-la confesso, mas as lembranças de nós duas me asseguravam que ficaríamos juntas, pensei nela por muito tempo e seu sorriso, seu olhar me fizeram chorar e aquelas lágrimas era só meu sentimento aflorando, mas também me fizeram sorrir, até ai me senti bem ,resolvi ir em busca dos meus amigos, contar tudo ,perguntar o que fazer, perguntar se eu fiz bem em esconder, em mentir, e como não é surpresas, eles me apoiaram, disseram que primeiro eu precisava ser sincera comigo mesmas, me disseram q eu deveria contar, mas que esperasse a calmaria, caramba eu saí daquela casa tão bem, eu tinha com quem contar e isso me deixava feliz .Assim eu voltei para casa, chegando em casa, minha mãe perguntou onde eu estava e disse preocupação, quando em seguida me abraçou forte, seu abraço foi tão bom depois daquilo tudo, eu disse em seu ouvido que precisava contar algo, precisava ser mais transparente, precisava sempre jogar limpo, ela foi me soltando bem devagar, na hora que eu ia contar o telefone tocou, me deu um alívio enorme, fugir daquilo tudo, mas não por muito tempo, corri para atender o telefone e para a minha grande surpresa, era ela, a menina do sorriso perfeito, mas como ela havia conseguido meu número? Bom, eu perguntei, um pouquinho de curiosidade não mata ninguém, ela respondeu ter pego na agenda quando eu havia esquecido, mas isso não era tão importante, o que realmente importou pra mim, foi ouvir dela o quanto nossa tarde tinha sido maravilhosa, eu concordei, mas tive que contar tudo que tinha acontecido, ela pediu que eu ficasse calma, que no final tudo daria certo, que ela sempre estaria comigo do meu lado, sempre, então marcamos de nos ver no dia seguinte... Depois que desligamos o telefone, na cama mesmo eu fiquei, pensando em como tudo é tão perfeito e lindo quando estou com ela, assim adormeci.
No dia seguinte eu acordei cedo e fiquei horas na frente no espelho ensaiando o que dizer, estar com ela de novo dava medo, mas ao mesmo tempo uma sensação de alívio ao vê-la ali. O encontro foi marcado as 14:00 de 13:30 eu já estava lá, pronta para mais uma tarde como aquela, quer dizer, casa momento que tive com ela era único e sempre dava um gosto de quero mais, pois é, esperei por ela 45 minutos, foi quando eu a vi entrando, meu coração acelerou, nós duas corremos na direção uma da outra e no nosso abraço, não houve espaço algum, tive a sensação de nos seus braços estar segura, era muito protetor, depois nos olhamos e ela segurou forte na minha mão, disse que eu nunca estaria sozinha e q era comigo que ela sonhara passar o resto da vida, isso me motivou a seguir em frente, a não ter medo, a olha pra frente com ela do meu lado, sempre do meu lado, mas uma vez passamos a tarde inteira juntas, depois de alguns minutos ela pegou a minha mão, tocando suavemente e me fez sorrir, mas sem eu menos esperar, do nada surge minha mãe, ali, gritando alto e em bom som para todos ouvirem, o meu inferno começa ai, ela já estava lá a muito tempo, observando tudo, meu deus, ela me bateu na frente de todos e me levou para casa puxando meus cabelos, agindo feito um animal, eu fiquei assustada, desesperada, na verdade nem sei o que dizer, o que eu sentir naquele momento, ela gritava coisas horríveis me levando de volta pra aquele inferno que ela fez da nossa casa e o que se passava na minha cabeça? Vontade de morrer responde?
-- Mãe, eu ainda sou sua filha, ainda tenho sentimentos, tente entender, não é nada de outro mundo, mãe eu te amoo !
Chegando em casa, ela me jogou no chão do meu quarto e disse que eu não era sua filha, que ela não podia ter gerado um ser assim, onde foi q ela tinha errado e disse que a partir daquele momento, para ela eu tinha morrido e foi para seu quarto. Palavras duras não é? Talvez ela não soubesse o peso disso tudo, talvez ela não soubesse o que estava falando, mas machucou fundo. Já que era assim, para ela eu estava morta, quando ela se dirigiu pro quarto, eu fugi de casa, na intensão de realmente morrer, sabia que aquela hora ainda não havia ninguém na casa dos meus amigos e como eu tinha a chave, então seria lá, o desespero tinha conta de mim, eu não agüentava mais aquelas pressão na minha cabeça,queria dar um fim nisso tudo,queria fugir de mim, desse mundo preconceituoso e homofóbico, dessas pessoas loucas e que fogem da minha realidade,da realidade do mundo,eu corri na frente dos carros como uma louca, quando cheguei na casa, corri até o banheiro para o homicídio, minha mão tremia muito, muito mesmo, cai em lágrimas, a dor era forte demais, a vontade de morrer ainda se encontrava em mim, subi as escadas, a intensão agora era me jogar do primeiro andar, subi o muro e pedi que tudo fosse rápido, a dor seria inevitável, mas eu acabaria logo com isso. Na hora q eu me joguei, meus amigos chegaram e gritaram, mas já era tarde, o chão já não estava tão longe e o meu corpo não suportava mais meu peso, caída no chão eu fiquei, meus amigos choravam, enquanto um deles conseguiu ligar para minha mãe e contar tudo,ela tinha atendido o telefone chorando, porque eu tinha deixando em cima da cama um bilhete,dizendo:
“ Me desculpe,eu não consigo ser perfeita,nada vai mudar o que você disse, Nada vai fazer isso certo novamente, Por favor não vire as costas, Eu não consigo acreditar que é tão difícil... Mãe, eu desde pequena quis ser uma filha perfeita, desde de pequena quis te dar orgulho, e sempre quis te ver feliz. Só que me dei conta, que existem momentos da vida que nós temos que tomar decisões sem pensar em mais ninguem, mas por incrivel que pareca, todas decisoes que tomei em minha vida até agora, eu pensei em vc. E com todas as palavras eu posso te dizer que essa decisao que tomei foi a mais dificil; pois eu tive que decidir, entre te ver sofrer e me ver feliz, ou te ver feliz e me ver sofrer. Só qeria que, de alguma forma eu e você ficassemos bem com minhas escolhas e decisoes...”
Minha mãe chegara rapidamente,as casas não eram tão distantes,quando ela me viu ali,estirada no chão,ela trouxe meu corpo para seu colo e pediu desculpas,perdão,dizia q me amava,que eu era a melhor filha do mundo e que ela me aceitaria como eu sou,porque amor de mãe a cada dia só faz crescer.
Você gostaria que minha história acabasse assim,por um preconceito degradante,um medo eterno,pessoas eu sou sim homossexual e isso em momento algum mudou meu caráter e muito menos quem eu sou...
Eu não deixei minha história acabar assim,eu lutei por mim,eu fui forte por nós duas...
Pois é, eu não pulei, antes que eu fizera isso, meu celular vibrou,era uma mensagem,de quem?? Dela, da minha mãe, e dizia: “Apesar de tudo,te amo.”
Naquele momento, pude sentir minhas carnes tremerem, a voz não faltou, gritei, como nunca pude gritar, meu desespero era vê-la, abraça-la, mesmo sabendo que ela não me apoiaria, mas me aceitaria como eu sou...
..E assim, nós três, fomos felizes para sempre!!!
O melhor final da minha história, foi poder pegar na mão de Heminy e seguir em frente, sem olhar para trás. Fui ser feliz!!!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Cadê o brilho?

O que ainda
Brilha em meu ser,
São os restos mortais
Das estrelas
Que flutuam no mar negro acidentado.
Cada uma destas,
Aos poucos afogão-se
No esquecimento,
Fruto da dor.
E me leva a uma
realidade de tensões,
de solidão, de morbidez,
Mas não é apenas isto
Que se perde no meu eu incabível.
É simples fato
de ter um vazio que inunda-me,
Numa exaltação do espírito, de medos presumido,
Tão desesperados,
Tão mal acalentados,
Numa contra mão,
silenciosamente,
Sem razão.




Jamily Ordônio