sábado, 19 de dezembro de 2009

Saideira

De boa, fim de ano chegando, ficar na recuperação ninguém merece, mas talvez se eu não tivesse passado por isso, não teria vivido as coisas boas que vivo hoje. Levanto da cama em pleno sábado pra fazer uma puta prova que decide meus objetivos futuros, a prova foi horrível, digo na elaboração, mas acho que me dei bem. O mais chato de tudo foi sair da prova e ouvir minhas amigas falando horrores sobre ela... mas até então eu tava bem, recebi uma ligação do meu namorado, falando que tava com saudades e a recíproca sempre foi muito forte,  fiquei feliz, sempre fico! Tive que ter o desprazer de desligar porque minhas amigas estavam enchendo o saco querendo e tomar café na padaria, sempre fazemos isso em dias normais de prova. Vamos, compramos comida, bebida e ficamos lá até a hora que acharmos conveniente, ou até uma dizer que vai embora, e as outras sempre seguem. Ficar sozinha ali não dá neh! Estudo em um bairro um pouco perigoso, várias são as vítimas por lá das pessoas sem renda, índole ou qualquer outro tipo de coisa que seja sinônimo, ou seja, assaltantes, mas não estou generalizando, pessoas sem caráter nunca são boas, isso sempre foi fato! Cheguei lá por volta das 9:00 horas da manhã, não tinha tido uma noite muito boa, dormir sozinha pra mim tbm não é legal, sempre durmo mal, acho que você não vai entender, se eu tentasse explicar me chamaria de louca, então melhor deixar em off. Sempre fico meio abobalhada, idiota ou qualquer derivado dessas palavras, sempre fico rindo à toa de qualquer coisa, mas segundo Jabor: a idiotice é vital pra felicidade. Fui motivo para zoação, sempre sou quando estou desse jeito, com sono! O pior, não faço nada, só contribuo para tal coisa, acabo sempre rindo de mim mesma, meu deus, vocês que não me peguem num dia assim. Acho que eu sou a única pessoa que tenho uma cédula de R$ 1.50 reais, engraçado não é?? Mas isso saiu da minha boca! Sono me causa isso. Rimos, bebemos, falamos, sopramos palavras ao vento, se me permite Cássia Eller, até o momento que resolvemos fazer amigo secreto, inteligente a pessoa que criou essa coisa, é uma boa forma de alimentar o capitalismo nessas grandes festas... O dia tava tão maravilhoso sabe, tirando o calor, tava tudo maravilhoso repito, o dia tava lindo, ensolarado, saudável, até que meu amigo resolve colocar crédito no celular, e passar um ano pra fazer isso no caixa da padaria, não lembro de que assunto estávamos tratando, se foi da bolsa de valores ou se estávamos lendo jornal, mas enfim... Tudo parou sabe, comecei a observar as pessoas, a forma com a qual a mulher atendia, a forma como ria meus amigos, a forma como comiam, a briga pelos biscoitos...

-Calma gente, tem sobrando ai!

De repente entra um cara lá e abraça meu amigo e colocar uma arma na barriga dele, foi quando chamamos “Tinho” e ele olhou com cara de nervoso, pedindo calma, minha amiga viu arma e tentou avisar as outras mesas que era um assalto pra todo mundo correr, ela levanta e sai da padaria, eu por ser observadora, levanto tbm e vou até a varanda e pergunto:

-O que foi?
-Assalto corre!- Me disse ela, a salvadora da pátria!- Avisei pro pessoal, corremos todos de volta por colégio, tivemos algumas divergências do tipo alguém correr pra dentro da padaria, depois correr pra fora, a cara de pau de levantar gritando e o cara olhar pra você e quase ser atropelado ao atravessar as duas  pistas. Adrenalina pura não acham?? Corremos todos, mas e tinho?? Ficou lá, isso causou preocupação, não fiquei tranqüila até saber que ele estava bem. Só Deus sabe o que deve ter sentido naquele momento,de fato, traumático, acredito que ele já tenha passado por aquilo milhares de vezes, bem, mas ele tá ótimo, tá até dando risada do acontecimento.Ao chegar no colégio tivemos assistência dos funcionários, preocupação, nos sentimos importantes. Mas não teve nada melhor que sentar no banco do colégio, rir alto com o que passamos e escutar a versão da história que cada um tem pra contar, acho que não tomamos a dimensão do perigo, isso não é normal, mas é a realidade e fazer o que se estamos propícios a isso todos os dias. É triste se deparar com este tipo de coisa no vai e vem da vida, mas também não devemos tomar isso como uma sindrome nossa, ficar com medo e se trancar, ficaríamos doentes mesmo, temos que viver, a gente não imagina como vai ser daqui a pouco, a sindrome é do país, acredite, é uma doença que nós alimentamos, ninguém toma uma providencia sensata e que realmente venha a surtir algum efeito, enquanto isso ficamos a espera, o melhor é sentar, poque o chá de cadeira vai ser muito inetenso. Ou aceitamos e vivemos com isso contantemente, ou vamos a luta, acho que para alguns mais cômodo é esperar, pra mim isso já não conta. O melhor é rir e saber que todo mundo tava bem, inteiro e feliz!  Mesmo sofrendo riscos. Nada mudou, tirar proveito de situações ruins também é válido...Foi uma ótima saideira, começamos o fim de semana com o pé direito, literalmente!
Cômico, se não trágico!


Jamily Ordônio

Um comentário:

Unknown disse...

Tá :B fui eu quem entrou na padaria e depois saiu correndo!! Melhores momentos só com você *-*