Assisto diariamente meu tempo se perder em meio a tantos outros perdidos, somados e acumulados excessivamente. Cada vez mais me vicio em calar, enquanto as carnes gritam e alucinam internamente, perturbando-me o ser disperso e profundamente desequilibrado. Corro, fujo de mim mesma, me frustro no decorrer incabível da minha passagem no mundo. Me perco, acho que me acho nas ramificações do caminho sem volta, mas continuo perdida nas areias derrapantes que me levam a outros tempos por mim esquecidos, apagados? Formatados? Não,apenas esquecidos , fazendo-me provar do meu próprio tóxico, vivendo o martírio de um dia nublado. Escondo-me atrás de uma mentira fantasiada de verdade, de uma verdade falsa mesmo sendo verdadeira, atrás de uma face paralela, de um semblante triste,amargo, nostálgico, constante.
Jamily Ordônio